Moradores dizem que falta de eletricidade agrava problemas
A falta de energia elétrica na Vila Chocolatão e problemas básicos na rede de água e esgoto, entre outros, foram debatidos na manhã desta sexta-feira (13/3) pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh). Os moradores reclamam que, quando foram desligado os chamados gatos de luz no local, ocorrem invasões de ratos e baratas nos casebres, que acabam mordendo crianças e espalhando doenças. Os vereadores vão propor ao Executivo que seja decretada situação de emergência na área.
Para Léo Antônio Maciel, presidente da Associação dos Moradores da Vila Chocolatão, a falta de energia elétrica e a falta de saneamento básico gera problemas de toda a ordem. Quando a luz é desligada, as ratazanas invadem as moradias. São 381 crianças que convivem com estes animais. Temos vários problemas de saúde, informou. Ele criticou os procedimentos utilizados pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Brigada Militar (BM).
O morador José Luiz Ferreira pediu uma resposta imediata do governo enquanto a comunidade permanecer no local. Temos que ficar ali como gente, com energia elétrica, com direito a banho e luz, reivindicou ao admitir a prática do gato de luz, feito há mais de 20 anos na Vila Chocolatão. Ele reclamou de ações que a BM junto aos moradores: "Agem com abuso e efetuam prisões de trabalhadores.
Já Marta Siqueira, líder comunitária, trouxe à reunião uma ratazana morta e mostrou sua inconformidade com a situação. Disse que os animais atacam a população da vila, em especial as crianças. Animais são os ratos. Nós somos humanos e queremos dignidade, pediu.
A supervisora de fiscalização da CEEE, Rosane Soares, afirmou que não houve corte do fornecimento de energia por parte da geradora e que não foi solicitado à BM que desligasse a energia. Não efetuamos cortes em áreas que estão em situação irregular, ponderou. Rosane disse haver um levantamento em que a empresa sugere uma rede provisória no Chocolatão. Ela solicita que a prefeitura oficialize procedimentos para instalação de energia, além de realizar ramificações para as instalações, pois o local atual é inviável para isso.
Emergência
Entre as propostas defendidas pelos vereadores está o encaminhamento sugerido pelo Engenheiro Comassetto (PT) para que o prefeito José Fogaça decrete situação de emergência no local, o que possibilitaria que a CEEE instalasse a rede provisória, além de outras melhorias que a comunidade precisa com urgência. A sugestão será levada pela representante da Secretaria de Governança Local, Vânia Souza, até a titular da pasta, Clênia Maranhão, para análise ainda nesta sexta-feira.
A presidente da Cedecondh, vereadora Juliana Brizola (PDT) tentará também ainda nesta sexta-feira audiência com o prefeito para agilizar as reivindicações dos moradores. Disse que a situação é de calamidade pública. Os vereadores têm que cobrar da prefeitura soluções, pois são reivindicações justas, e tudo que for feita agora chegará tardiamente, afirmou ao dizer também que esta situação é um reflexo do que existe no Brasil e que resulta da falta de educação igual para todos.
Opiniões
Adeli Sell (PT) disse que o primeiro passo para ajudar a melhorar as condições dos moradores é procurar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para atender, por exemplo, casos de hepatite e tuberculose existentes. Pedro Ruas (PSol) enfatizou a situação dramática dos moradores que mostraram que há um descaso absoluto do poder público municipal.
Também estiveram presentes os vereadores Marcello Chiodo (PTB), Ervino Besson (PDT) e Toni Proença, que coordenou os trabalhos. Igualmente participaram as vereadoras Maria Celeste (PT), que apresentou o requerimento para a realização da reunião, e Fernanda Melchionna (PSol). O Executivo foi representado ainda pela assessora do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Maria Luiza, e a representante da Fundação de Assistência Social e Cidadania, Elizabeth Santos.
Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)
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