Tribuna Popular

Nascimentos prematuros têm dados alarmantes no Brasil

ONG destacou necessidade de que a rede pública de saúde ofereça mais informação às parturientes

  • Parto prematuro e suas consequências, com a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros - Prematuridade.com. Na foto: a diretora-executiva da entidade, Denise Leão Suguitani
    Denise Centeno ocupou a Tribuna Popular nesta quinta-feira (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Parto prematuro e suas consequências, com a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros - Prematuridade.com. Na foto: vereador Dr. Thiago Duarte
    Vereador Dr. Thiago pediu instalação de maternidade no Hospital da Restinga (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

O Dia Mundial da Prematuridade, que ocorre anualmente em 17 de novembro, foi lembrado na tarde desta quinta-feira (16/11) na Câmara Municipal de Porto Alegre. Denise Leão Centeno, da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros (ONG Prematuridade) alertou vereadores e vereadoras, durante o período de Tribuna Popular da sessão ordinária, que os dados são alarmantes. “O Brasil está em 10º lugar internacionalmente em nascimentos prematuros”, destacou. “Em Porto Alegre, são 11,34% de prematuros em relação a outros nascimentos”.

Conforme Denise, muitos dos casos de prematuridade estão ligados à gravidez na adolescência. “Há falta de informação, há falta de se falar a linguagem das adolescentes”, afirmou ao lamentar falhas na rede pública de saúde que concorrem para o surgimento do problema. “Informação é primordial, em todas as classes sociais”. A representante da Prematuridade disse ainda que nascimentos ocorridos antes de 37 semanas de gestação podem deixar sequelas permanentes nos bebês, além de traumas psicológicos nos pais. “O nascimento prematuro dificulta o vínculo da mãe com a criança”, salientou.

A Associação Brasileira de Prematuridade tem sua sede Porto Alegre, como destacou Denise. Além de informação sobre causas e consequências, a entidade também promove campanhas de doação de leite materno, considerado essencial para bebês nessa situação, além de atividades como caminhadas públicas, onde é dada visibilidade à ONG e seus propósitos e objetivos. Uma dessas caminhadas, lembrou ela, foi realizada na quarta-feira (15/11), no Parque da Redenção. Informações adicionais podem ser buscadas em www.prematuridade.com.

MORTALIDADE - “Gravidez na adolescência pode ser comum, mas não é normal”. Ao fazer esta afirmação, ao comentar o tema da Tribuna Popular, o vereador Dr. Thiago Duarte (DEM) salientou que as meninas não estão aptas física ou hormonalmente para recepcionarem uma gravidez. Ele recordou ser médico obstetra há mais de 20 anos e disse que, entre adolescentes, a mortalidade materna é duas vezes maior do que em mulheres adultas e três vezes maior entre os bebês. Ainda conforme o vereador, nesta faixa etária, em razão da gravidez, o abandono escolar é muito grande.

“Isso acontece porque os métodos contraceptivos disponíveis não são os adequados para esta faixa etária”, afirmou ainda Dr. Thiago ao também criticar a falta de disponibilidade de melhores tecnologias médicas em obstetrícia para as populações mais pobres. “O planejamento familiar tem que ser a prioridade das prioridades nas políticas públicas de saúde. Não podem faltar anticoncepcionais”, criticou. O vereador afirmou igualmente que contratualização com o Hospital Moinhos de Vento previa instalação de maternidade no Hospital da Restinga. “O Extremo Sul tem as mais altas taxas de natalidade da cidade”, reivindicou.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)