CPI

Oficial critica atitude de Tarso e vereadores durante invasão

Tenente-coronel Riccardi, da BM, relatou visita à Câmara em 12 de julho Foto: Ederson Nunes
Tenente-coronel Riccardi, da BM, relatou visita à Câmara em 12 de julho Foto: Ederson Nunes

O presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asof-BM), tenente-coronel José Carlos Riccardi, prestou depoimento nesta terça-feira (5/11) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Invasão da Câmara Municipal de Porto Alegre. O oficial lamentou o episódio e disse que ficou “perplexo” com a postura de alguns vereadores da oposição ao governo municipal e com a forma como a BM foi comandada pelo governador Tarso Genro durante as manifestações ocorridas na cidade.

Riccardi contou que esteve na Câmara no dia 12 de julho de 2013, sexta-feira, terceiro dia da invasão do Legislativo - ocorrida de 10 a 18 daquele mês. Afirmou que, ao tentar ingressar no prédio, foi “interceptado de forma truculenta por um menino”, mas alegou seu “direito de entrar na Casa do Povo” e conseguiu passar. “Fui ter com o presidente (vereador Dr. Thiago Duarte-PDT), que estava acuado, e vi aquela balbúrdia e três vereadores comandando a massa, incitando os jovens”, relatou, citando Alberto Kopittke, Engenheiro Comassetto e Sofia Cavedon, todos do PT.

O tenente-coronel lembrou que, na intenção de tentar ajudar a resolver a situação, naquele momento telefonou para o Comando de Policiamento da Capital, mas não foi atendido. “Ele só atende às ordens de seu comandante-em-chefe, o governador do Estado”, disse. De acordo com o oficial, a BM foi “mandada não vir” à Câmara e, nas manifestações de rua, teve de deixar “quebrar tudo e machucar os cavalos”. Como informou, 42 desses animais baixaram na enfermaria da corporação. “Nos sentimos humilhados”, lamentou.

No caso da Câmara, Riccardi garantiu que não presenciou atos de “violência propriamente dita”, mas “baderna, intimidação, desrespeito e exposição de menores”, pois “havia gente com criança” no plenário. Notou ainda que acompanhava o presidente ‘‘um rapaz da imprensa muito assustado porque tinha levado uns encontrões”. Disse também que não assistiu ao uso de maconha. “Mas álcool vi”, declarou. Entretanto, a seu ver, diante da organização dos manifestantes, ficou clara a “formação de quadrilha” na invasão da Câmara.

A CPI da Invasão é presidida pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM). Além dele, participaram da reunião desta terça-feira os vereadores Marcio Bins Ely (PDT), relator; Luiza Neves (PDT), secretária; João Carlos Nedel (PP), Alceu Brasinha (PTB), Paulinho Motorista (PSB), Valter Nagelstein (PMDB) e Waldir Canal (PRB).

Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)