Plenário

Sessão Ordinária / Comunicações Temáticas

Luta contra violência à mulher foi tema das Comunicações Temáticas Foto: Ederson Nunes
Luta contra violência à mulher foi tema das Comunicações Temáticas Foto: Ederson Nunes (Foto: Foto de Ederson Nunes/CMPA)
No período destinado às Comunicações Temáticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira (26/11), os vereadores se manifestaram sobre o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher:

DIREITOS - Mônica Leal (PP) afirmou que no dia 25 de novembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Violência à Mulher. "Este dia nos traz à tona os direitos que conquistamos e o empoderamento que a mulher vem buscando na cultura machista em que vivemos", disse. Mônica lamentou que as mulheres não sejam mais respeitadas na sociedade brasileira e lembrou que foi fortemente ofendida no dia de ontem pela classe dos taxistas, quando estava, então, sendo votado o projeto que proibia o Uber em Porto Alegre. "Escutei deles que eu deveria ir para a cozinha ou para uma tanque lavar roupa", lembrou. (JD)   

SOLIDARIEDADE - Alberto Kopittke (PT) manifestou apoio e solidariedade às bandeiras feministas espalhadas pelo Brasil. "Estamos em uma época de empoderamento das mulheres na sociedade mas ainda convivemos com o machismo que se manifesta de várias formas", disse. O vereador lembrou que o Brasil é campeão de mortes de mulheres por homens e destacou que esta "selvageria" está impregnada na cultura brasileira. "Estamos em um estado laico, contudo, temos os nossos direitos retirados quando os atores políticos extremistas entram no poder e o tomam à força", ressaltou. (JD)

NÚMEROS - Antonio Matos (PT) afirmou que acompanhou com atenção o tema sobre violência contra a mulher e destacou que o número de jovens negros que morrem todos os dias também é expressivo. "A cultura do machismo também é a cultura do racismo e devemos combater estes atos", disse. O vereador ressaltou que as agressões contra as mulheres são uma afronta contra qualquer sociedade que queira se emancipar. "Nos reunimos mensalmente para tratar do Fórum da Criança e do Adolescente para falar justamente sobre a violência contra as classes mais baixas", destacou. (JD)

VIOLÊNCIA - Cláudio Janta (SDD) destacou que a violência contra a mulher está presente tanto em suas casas como em seus locais de trabalho. "Foi o que aconteceu com a vereadora Mônica Leal na tarde de ontem", disse. O vereador ressaltou que as formas de machismo que os homens exercem acontecem por causa da falta de diálogo e discussão ideológica uns com os outros. "O meu partido é totalmente contra qualquer forma ou ato de violência contra a mulher e respeitamos e andamos ao lado delas", lembrou. Janta destacou que a violência doméstica é veiculada na mídia como um fato normal, colocando a mulher em um papel submisso e de baixo nível. (JD) 

PESQUISA - Lourdes Sprenger (PMDB) agradeceu as presenças e avisibilidade que o debate deu ao tema e disse que existem pesquisas nas quaisdados apontam que os agressores de animais também agridem mulheres, filhos eidosos. “Temos no Legislativo a Procuradoria da Mulher, presidida pelavereadora Sofia”, destacou, lembrando que em determinadas plenáriasas parlamentares mulheres são atacadas. Cobrou da Mesa Diretora que o RegimentoInterno seja utilizado para coibir tais atitudes e afirmou que as mulheresestarão vigilantes, mesmo que em minoria na Casa, pois acredita que é possívela construção de um mundo melhor tanto para humanos quanto para animais. (MG)

VIOLÊNCIA II
 - Sofia Cavedon (PT) comentou na tribuna do Plenário Otávio Rocha que ainda falta muito ao Brasil para garantir efetivamente a igualdade entre homens e mulheres. A vereadora expôs que, entre 1980 e 2010, mais de 92 mil mulheres morreram em casos de feminicídio no país, quando a violência ocorre em função da vítima ser uma mulher. "É lamentável que no campo da política institucional tenhamos tantas iniciativas que vão contra as mulheres, apenas aprisionando-as e limitando suas perspectivas ainda mais", reclamou. (CV)

BATOM - Séfora Motta (PRB) iniciou seu discurso valorizando a educação e a informação, que seriam os melhores antídotos ao machismo. Colocando-se como defensora de todas as mulheres, a parlamentar enfatizou que cada pessoa é senhora de seu corpo e deve usá-lo da forma como bem entender. "É meu, para o meu prazer, para aquilo que eu quiser. Não sou só pedaço de carne, não sou só uma bunda durinha. Projetos como os do Eduardo Cunha são estupro em todas nós. Continuaremos com nossas saias curtas e batons vermelhos", garantiu. (CV)

MARCHA - Ressaltando que há muito que avançar no âmbito político, econômico e familiar, Jussara Cony (PCdoB) vê no movimento que já é denominado Primavera das Mulheres um apelo. "Isso é, na verdade, um grito de "chega". Chega de machismo, racismo, discriminação", bradou. Defensora da legalização do aborto, a parlamentar criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Ele é inimigo da luta das mulheres e do Brasil todo", definiu. Por fim, a comunista deixou o convite para a Marcha das Vadias, que ocorre a partir das 15 horas de domingo no Parque da Redenção. "Mulheres e homens serão muito bem-vindos", antecipou. (CV)

SUCATEAMENTO - Fernanda Melchionna (PSOL) chamou atenção para a perda de qualidade e aparato da rede de proteção à mulher. "Serviços e secretarias importantes são fechados e todas perdemos com isso", analisou. Fernanda também comentou a existência de casos de violência dentro de táxis, ônibus e trens. "Em função disso é que temos um projeto de lei aqui na casa que estabelece cotas para taxistas mulheres. Quando o Uber for regulamentado, temos que fazer o mesmo. Acredito que devemos ter o direito de voltar para casa à noite sendo conduzidas por uma mulher. Infelizmente, uma pequena parte dos taxistas comete assédio e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faz pouco a respeito", criticou. (CV)

Texto: Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
          Milton Gerson (reg.prof. 6539)
          Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)