Plenário

Sessão Ordinária/Lideranças

Nos discursos de Lideranças da sessão desta quinta-feira (13/2), vereadores de Porto Alegre abordaram os seguintes temas:

CINEGRAFISTA - Mônica Leal (PP) registrou sua tristeza em relação à morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, ferido durante uma manifestação no Rio de Janeiro. “Se fizermos uma retrospectiva dos movimentos que estão acontecendo no Brasil, vemos que casos como o que ocorreu são previsíveis, anunciados”, disse. A vereadora falou do projeto de sua autoria que proíbe o uso de máscaras em manifestações públicas na Capital. “O único objetivo é fazer mal, são bandidos, do contrário estariam de cara limpa”, afirmou. De acordo com a vereadora, as manifestações são violentas e dizem respeito a causas que não existem. (TA)

MÁSCARAS - “Devemos então permitir que policiais também trabalhem com máscaras. Se é permitido a quem se manifesta, também deveria ser para quem nos defende”,  afirmou o vereador Bernardino Vendruscolo (PROS). “Sou favorável às manifestações, mas não acredito em alguém que saia de casa de máscara e bem intencionado”, ressaltou o vereador. Para Vendruscolo, quem usa máscara quer se esconder ou praticar algum ato criminoso. De acordo com o vereador, o cinegrafista Santiago não morreu em vão. “Ele vai salvar vidas, se ele fosse um cidadão comum, não teria tido tanta repercussão sobre o caso. Vamos salvar vidas porque foi um jornalista. Não aprovo o que aconteceu, mas faço uma ressalva quanto ao fato de ele ser jornalista”, concluiu. (TA)

VOZES - Alberto Kopittke (PT) mostrou um vídeo em que o parlamentar Luis Carlos Heinze (PP) classifica quilombolas, índios, gays e lésbicas como “tudo que não presta”. “Esta fala diz muito sobre o momento que vivemos no país. Não é por acaso que vemos nesta casa vozes pedindo para que a democracia se cale. Isso já foi feito na ditadura. Mas agora não vamos permitir”, ressaltou o vereador. De acordo com Kopittke, sempre que surgem manifestações, essas vozes aparecem para rasgar a Constituição. “Dessa vez não vão desestabilizar o Brasil. Nossos parlamentos terão força para impedir que isso aconteça”. (TA)

LUZ - Any Ortiz (PPS) falou a respeito de seu discurso de ontem (12/2) em que criticou as constantes faltas de luz na capital e o atendimento dado pela CEEE. De acordo com a vereadora, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, representante da CEEE afirmou que os alimentadores foram desligados com o objetivo de aliviar a carga. “Os usuários que dependem do serviço necessitam de uma solução, de um retorno imediato para que não saiam prejudicados”, afirmou a vereadora. (TA)

RACISMO - Jussara Cony (PCdoB), se mostrou indignada pelas manifestações de racismo, preconceito e homofobia registradas no campo político e do esporte. Citou o caso do jogador Tinga, atacado por manifestações racistas dos torcedores do Real Garcilaso, do Peru, ontem à noite. A vereadora também repudiou a atitude de dois deputados federais que, segundo ela, protagonizaram um lamentável fato, incitando a violência e o preconceito contra quilombolas e homossexuais. Lembra que os negros foram uma das três raças, ao lado os brancos e índios, que criaram nossas riquezas. “Estamos diante de dois projetos; dos que querem ver o Brasil avançar e os que querem colocar para baixo o crescimento, patrocinando a opressão e discriminação”, lamentou. (FD)

MOÇÃO - Fernanda Melchionna (PSOL) também registrou indignação diante dos dois fatos de racismo e preconceito. Lamentou o fato de o jogador Tinga declarar que trocaria todos os seus títulos pelo fim do preconceito. “A que ponto chegamos de alguém ter que entregar tudo o que ganhou em troca de respeito”, acentuou. Declarou que aumenta ainda mais a sua indignação ao ver integrantes da bancada ruralista na Câmara Federal incitando a violência. Diante do ocorrido, Fernanda Melchionna anunciou que protocolou uma moção de repúdio aos deputados federais Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS) “contra a intolerância, racismo, homofobia, milícias e assassinatos no campo”, concluiu. (FD)  

RACISMO - Tarciso Flecha Negra (PSD) lamentou o caso de racismo envolvendo o jogador Tinga. O vereador prestou solidariedade ao esportista e lembrou dos trabalhos sociais desenvolvidos por ele em Porto Alegre. “Eu vou cobrar da CBF, eu vou cobrar da Fifa. Se eu sou o capitão da equipe naquele momento, chamaria o árbitro e pararia o jogo”, afirmou Tarciso, que ainda reforçou a sua proposta de criar o Museu do Negro em Porto Alegre. Segundo ele, o museu mostraria para o mundo “de onde viemos”. “Não é o meu museu, é o museu da raça, dos afrodescendentes no Brasil. Vamos mostrar que raça é essa ou vamos continuar sofrendo esse preconceito?”, finalizou. (JM)

BEBIDAS - Alceu Brasinha (PTB) lembrou mais uma vez de seu projeto para permitir a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios de futebol, não só durante a Copa. O vereador argumentou que a proibição contribui para a “baderna” nos jogos e que causa tumulto na hora da entrada de torcedores, que deixam para beber fora dos estádios e entram em campo minutos antes da partida, já embriagados. “No meu projeto não pode vender nas arquibancadas, quando está rolando o jogo, pode adquirir na copa depois do primeiro tempo. É uma lei que não desrespeita a lei do Estado”, afirmou. (JM) 

ACUSAÇÕES - Kevin Krieger (PP) respondeu as acusações feitas pelo vereador Alberto Kopittke (PT) nesta tarde. Segundo Krieger, o representante do PT generalizou ao dizer que todos do PP pensam como o deputado Luiz Carlos Heinze, também da sigla. O vereador lembrou de suas ações no campo dos direitos humanos, quando organizou durante quatro anos a Parada Gay e a Semana da Consciência Negra. “Isso demonstra que o PP respeita as minorias. Não é porque um deputado fez uma declaração infeliz que o partido todo é assim”. Krieger também lembrou do caso de racismo ocorrido na partida de ontem da Libertadores e se solidarizou ao jogador Tinga. (JM)

REFORMA AGRÁRIA - Delegado Cleiton (PDT) lembrou hoje dos 50 anos do projeto de reforma agrária no Brasil, uma das bandeiras de seu partido. O vereador lamentou as terras paradas no Estado. “Muitos têm suas terras produtivas e trabalham e vivem da terra. Infelizmente, alguns não produzem, criam apenas cabeças de formiga”, ironizou. Delegado Cleiton ainda lamentou declarações racistas e homofóbicas feitas por parlamentares durante seus discursos e afirmou que esta não é uma questão partidária, mas sim de caráter individual. (JM)


Texto: Thamiriz Amado (estagiária de Jornalismo)
          Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)
         Flávio Damiani (reg prof 6180)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)