Sessão Ordinária / Lideranças
O espaço de comunicação de líderes desta quarta-feira (9/5) na Câmara Municipal de Porto Alegre foi preenchido com as seguintes temáticas:
ACUSAÇÃO - Segundo Moisés Barboza (PSDB), um texto de um portal reconhecidamente ideológico o citou, dando a entender que o ele e outros vereadores haviam recebido algum tipo de pagamento para homenagear o Instituto Cultural Floresta. Moisés afirmou que não recebeu recurso algum das construtoras e empresas citadas ou mesmo do prefeito municipal e que irá tomar as providências judiciais cabíveis à situação. “A injustiça do jornalista com seu texto irresponsável não vai ter espaço aqui. ” (AF)
POSTÃO - Aldacir Oliboni (PT) disse estar triste com a situação atual da gestão da Carris, que não preocupa só os vereadores, mas também toda a cidade. Ao lembrar da reunião da Cosmam realizada na última terça-feira, trouxe à tona a precariedade de serviços no Postão da Cruzeiro, o qual teria R$ 10 milhões, através de empresa licitada, para sua manutenção e funcionamento. Oliboni solicitou, por isso, um comparecimento da empresa responsável e da Secretaria Municipal de Saúde do município na Câmara para prestação de contas e esclarecimentos. Falou, também, da situação precária do Pronto Atendimento de Saúde Mental do Postão, apontando que a solução dada pelo governo, através do Hospital Santa Ana, que tem um número reduzido de leitos e não possui emergência. Pediu, por fim, que a SMS vá ao local fiscalizar e solucionar as irregularidades. (AF)
CARRIS - Roberto Robaina (PSOL) falou da necessidade de defender a Carris, empresa pública fundamental para o transporte público de Porto Alegre. “Temos sustentado que a Carris pode cumprir um papel cada vez mais importante, mas precisa ser bem administrada e ter o controle público”, explicou. Para ele, a situação de fraude na empresa não é uma surpresa, mas uma revelação e é muito grave. Questionou, junto a isso, como uma fraude pode ter sido mantida por dois anos sem a gestão ter tido conhecimento do desvio de quase R$ 2 milhões em nome de uma pessoa morta. “É uma ação que desmonta uma propriedade pública e fortalece a ideia de que uma empresa não pode ser estatal, tem que ser privada”, comentou. (AF)
PARTIDO - André Carús (PMDB) declarou que a sua bancada não tem relação com a fraude na gestão da Carris, explicando que o envolvido, que esteve há poucas semanas na Câmara, foi exonerado na manhã desta quarta-feira e que será proposta a sua expulsão do partido. Carús esclareceu que o valor do desvio até agora é de R$ 1,7 milhão e que foi constatado que R$ 9 mil desta quantia foram utilizados em campanhas de 2014 e 2016 do PMDB, primeiro em nome da pessoa falecida utilizada como laranja e depois em nome do próprio Ivsem Gonçalves. “Nós apoiamos com toda energia e apoiamos com todo suporte necessário o avanço das investigações a fim de achar os responsáveis”, afirmou Carús. (AF)
APOIO - “Quero me solidarizar ao PMDB”, disse Márcio Bins Ely (PDT) também se manifestando acerca do caso do ex-funcionário da Carris denunciado por desviar dinheiro da empresa pública. Pelo fato do denunciado ter sido servidor da bancada do PMDB, o vereador classificou com uma situação “fora da curva”. Durante seu discurso, ele também aproveitou para criticar a forma como a imprensa tem veiculado o caso. “A imprensa marrom que aponta situações pontuais de atrocidades cometidas por pessoas e vincula ao vereador é um despropósito”. De acordo com ele, a bancada não deve ser responsabilizada pelos crimes cometidos pelo acusado. (MF)
APOIO II - Mônica Leal (PP) foi à tribuna também para manifestar sua solidariedade ao PMDB e fazer suas colocações. A vereadora disse que conhece e admira a trajetória de cada vereador do partido em questão, por isso acredita que nenhum deles tem relação com a fraude do ex-funcionário da Carris. Conforme a vereadora, apesar do acusado ter sido servidor na Câmara, o Legislativo não tem por que se preocupar. “Isso não aconteceu aqui”, afirmou ao dizer que os fatos ocorreram em outra esfera e em tempos diferentes. (MF)
IRREGULARIDADES I - Marcelo Sgarbossa (PT) destacou que o servidor envolvido no escândalo da Carris não tem relação com o PMDB há apenas 20 dias, mas há muito mais tempo. “Tem um passado na bancada, com relação estreita com o partido. O PMDB é craque em fazer generalizações políticas, como aquele de nosso partido tem bandido de estimação. Nós não faremos”, disse. Considera que a pessoa confessou o crime com tom de perversidade e que é preciso averiguar, visto que envolve a Câmara Municipal como um todo, apesar de ser relacionado a uma bancada. “Os responsáveis devem responder e, inclusive, indenizar o erário público”, afirmou. (AM)
IRREGULARIDADES II – Clàudio Janta (SD) acredita que esta irregularidade prova o que os funcionários da Carris atestam sobre a empresa não ser deficitária. De acordo com o vereador, o que falta na estatal é gestão adequada. Questionou quanto mais pode ter sido desviado em licitações e contratos, se um indivíduo é capaz de gerar despesa de quase R$ 2 milhões. “Todos os partidos políticos, inclusive o meu, lidam com o ser humano. Se não fosse o ser humano, o mundo estaria maravilhoso. Este cidadão, que tem uma identidade falsa há 21 anos, é um psicopata. Não deve ter sido seu primeiro golpe”, ponderou. (AM)
IRREGULARIDADES III - “Não existe estatal bem gerida, gostaria que fosse apontada uma. A própria Carris sofre com o modelo de licitação, ao adquirir peças de variadas marcas e fabricantes. O desvio de recursos é sintomático. Deve ser investigado e ressarcido”, disse Felipe Camozzato (Novo). O vereador alegou que este tipo de irregularidade ocorre e continuará ocorrendo em diversas estatais, independente de partido político, visto que não atendem ao interesse público, mas sim ao interesse dos grupos que as controlam. “Alternativas aos prejuízos sempre acabam surgindo na iniciativa privada, que gerenciam melhor os recursos”, apontou. (AM)
IRREGULARIDADES IV - Reginaldo Pujol (DEM) acredita que, neste momento, as acusações do PT ao PMDB não passam de uma briga entre “os sócios da corrupção no país”. Lembrou que este discurso de generalização e satanização dos cargos comissionados, como sendo os grandes males das empresas públicas, é impróprio, já que a grande totalidade dos cargos é preenchida por funcionários de carreira. “Em termos de moralidade administrativa, sabemos que o país vive o pior momento de sua história política. Mas não se deve tentar transferir as responsabilidades deste tipo de ato. Para cada pessoa que pratica uma irregularidade, há centenas de trabalhadores idôneos. Fez bem o PMDB, que tão logo soube do ocorrido, exonerou-o”, disse. (AM)
Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Alex Marchand (estagiário de jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)