Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Nos tempos de Lideranças da sessão desta segunda-feira (3/10), os vereadores de Porto Alegre abordaram os seguintes assuntos:

ARENA - Alceu Brasinha (PTB) lamentou atitude dos vereadores Fernanda Melchionna e Pedro Ruas, do PSOL, e Maria Celeste (PT) que formaram comissão, na tarde de hoje (3/10),  para ir até as obras da Arena do Grêmio, na Zona Norte da Cidade. Disse que ontem à noite, durante o episódio do atropelamento de um funcionário e posterior incêndio, esteve lá acompanhando e providenciando novas acomodações. “Ontem durante o acidente ninguém apareceu e agora foram até lá fazer o quê”, questionou. Brasinha disse discordar de quem se aproveita dos problemas do outros. “Hoje sequer fui convidado”, lamentou. (RA)

ARENA I - Maria Celeste (PT) disse que hoje no inicio da sessão convidou todos os colegas para ir até as obras da Arena do Grêmio. “Não é verdade que ignoramos os demais colegas”, enfatizou. Falou que desde a semana passada, através da Frente Parlamentar de Combate à Miséria, vem acompanhando os trabalhadores. “Já recebemos inúmeras denúncias contra a OAS e por isso amanhã vamos até lá novamente”. Celeste disse que não está contra a obra, mas que não dá para fechar os olhos para a forma como a OAS vem tratando os trabalhadores. “É inconcebível colocar alojamento ao lado de uma das principais rodovias da cidade”. (RA)

ARENA II – Na opinião de Luciano Marcantônio (PDT) os bairros Humaitá, Farrapos e Navegantes estão passando por grandes transformações em função das obras da Arena do Grêmio. “Devemos reconhecer que trará desenvolvimento para aquela região, mas também garantir que não tragam prejuízos para os moradores”, considerou. Em relação ao acidente da noite de ontem, disse que este fato não pode prejudicar a população. “É uma obra privada e não de governo, não podemos misturar as responsabilidades”. Marcantônio disse também que a OAS sempre falou com os governos, seja estadual ou municipal, através de lideranças da região no sentido de amenizar o impacto da obra. (RA)

ARENA III - Para Fernanda Melchionna (PSoL) a prefeitura, ao aprovar a construção da nova Arena do Grêmio, permitiu mudança no regime urbanístico do Bairro Azenha para ajudar a OAS. “Além de alterar plano diretor isentou esta empresa de uma série de impostos assim como todas as obras que vem na carona da Copa 2014”. Falou que vem acompanhando estes trabalhadores desde a greve feita em fevereiro deste ano. “Desde lá várias exigências não foram cumpridas”, disse a vereadora citando como exemplo o não pagamento de passagens para quem veio de outro estado. “O alojamento abriga 588 funcionários com apenas 10 banheiros, uma TV. Querem enriquecer a custa destes humildes trabalhadores”. (RA)

ARENA IV - Sofia Cavedon (PT) disse que deve ser tratado como caso grave a morte de um operário da Arena do Grêmio. Também criticou as condições em que vivem os trabalhadores e o fato de serem trazidos de fora do Estado. Na sua opinião, assim como aconteceu na construção do Carrefour Zona Norte, deveria ter sido exigida cota de trabalhadores locais na obra do novo estádio do Grêmio. Na sua opinião, o empreendimento deveria beneficiar as comunidades daquela região da cidade, que, como atestou, têm sofrido transtornos com o trânsito conflituado e o barulho inclusive à noite. A vereadora sugeriu que a Câmara interfira, por meio da Cedecondh, “para que a Arena do Grêmio só traga coisas positivas” para a cidade. (CB)

ARENA V - Maristela Maffei (PCdoB) criticou a atuação do Sindicato da Construção Civil no caso das condições de trabalho e alojamento na Arena do Grêmio. Segundo a vereadora, há muito tempo a entidade deixou de ser representativa da categoria, “que está sem respaldo”. Para Maristela, um sindicato dessa estatura poderia ter feito grande mobilização contra “a morte às pencas de trabalhadores da construção civil”. A vereadora afirmou, porém, que a prefeitura também deveria fiscalizar todas as obras. (CB)

ARENA VI - Luiz Braz (PSDB) elogiou a ministra Maria do Rosário, presente na sessão de hoje, dizendo que é motivo de orgulho para a Câmara que uma ex-vereadora integre o Executivo da União.  Braz ainda rebateu argumentos de Sofia Cavedon e Fernanda Melchionna sobre o caso da Arena do Grêmio. O vereador afirmou que a OAS trouxe operários de outras regiões do país porque, devido ao boom da construção civil, não há trabalhadores qualificados disponíveis aqui. Braz também garantiu que o Plano Diretor de Porto Alegre não foi feito para beneficiar grandes empresas, mas toda a cidade. (CB)

ARENA VII - Pedro Ruas (PSOL) definiu como “morte anunciada” o caso do operário da Arena do Grâmio. “Se a OAS trabalha de um lado da freeway e os seus alojamentos são do outro, há a necessidade de construir uma passarela”, afirmou. “Ontem tivemos uma tragédia: a morte de um trabalhador de 40 anos com família na Paraíba.” Ruas contou que, com outros vereadores, constatou “as condições sub-humanas a que são submetidos os operários”. De acordo com ele, são 588 homens alojados trazidos de fora porque, como não têm para onde ir, ficam à disposição da empresa por 24 horas. “A maioria não sabe nem como voltar”, lamentou. (CB)

NORDESTINOS – Reginaldo Pujol (DEM) lamentou ter saido do plenário para atender uma demanda no momento em que a ministra Maria do Rosário começava a discursar, estendendo sua solidariedade para com a família do operário da Arena Grêmio que morreu atropelado na Freeway. Pujol rebateu Rosário afirmando que os alojamento desses operários não são piores do que aqueles montados nos canteiros de obras federais. “Muitos chamam de Carandiru os alojamentos da OAS paras os trabalhadores da Arena do Grêmio que são os mesmos que abrigam os operários da Rodovia do Parque. Ainda assim estão melhor lá do que em suas casas". (FCC)

Regina Andrade (reg. prof. 8423)
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)