Câmara na Comunidade

Postes de luz correm risco de cair no Belém Novo

Postes antigos correm risco de cair Foto: Elson Sempé Pedroso
Postes antigos correm risco de cair Foto: Elson Sempé Pedroso
É como se o eixo de inclinação da Terra mudasse de direção na localidade do Balneário Arado Velho, no bairro Belém Novo, extremo-sul da cidade. Lá, todos os postes de luz pendem para um lado, desafiando o significado da palavra “reto”. A situação, denunciada pelo presidente da Associação Comunitária, Dinar Melo, espantou a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Sofia Cavedon (PT). “Vamos solicitar uma reunião de emergência”, adiantou. A visita aconteceu na manhã desta sexta-feira (21/10) no 44º Câmara na Comunidade.

Os “postes móveis” já protagonizaram incidentes na região. A queda de um deles deixou 1,8 mil famílias sem luz. Moradores contam que a inclinação também deixa os fios mais baixos do que deveriam. Caminhões já romperam cabos, e uma criança que andava de bicicleta chegou a ter o pescoço enroscado em um deles enquanto pedalava. Os mais caóticos chegaram a ser escorados com outros pedaços de madeira ou até mesmo pedras pelos próprios técnicos da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), conforme relatou Melo. Não há previsão para troca definitiva. “Só dizem que está na agenda. Mas está há anos!”, indigna-se o presidente da Associação. Na Rua Associação Atlética Trienon, alguns dos postes foram instalados dentro de valos cheios de água, onde há ainda desague de esgoto.

As enchentes também tiram o sono dos moradores, que tratam de elevar suas casas (quando possível) já contando com a invasão da água. Os móveis da casa de Paulo Jorge da Costa carregam as marcas do visitante indesejado. “Já perdi tudo”, desabafa. Se o terreno plano e a proximidade à orla facilitam, a não-limpeza da vala localizada na Rua Olavo José de Souza agrava a situação. Segundo Costa, o último trabalho realizado pelo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) no local foi há dois anos. “Quando chove, sobe a água e fica igual ao Guaíba”, retrata.

Para o local, há previsão de construção de galerias de macrodrenagem e redes complementares de microdrenagem na área, com recursos financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no total de R$ 7,7 milhões. O projeto ainda prevê a pavimentação da rua, em uma extensão de 1.070 metros. Sofia Cavedon pretende acompanhar o processo e verificar a execução do projeto.

Esgoto e buracos

Moradores também reclamam da Estação de Tratamento de Esgotos de Belém Novo. José Lir Santi, que é vizinho à sede, disse que o mau cheiro é constante. A vereadora Sofia Cavedon, acompanhada pelo grupo de moradores, entrou na estação e fez a mesma constatação. Além disso, Melo denunciou o despejo de esgoto sem tratamento no Rio Guaíba. Sofia pediu esclarecimentos sobre os procedimentos adotados na estação, mas os técnicos alegaram não ter autorização para comentar o assunto e que a presidente poderia contatar a direção do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) para sanar qualquer dúvida.

Já na esquina das ruas Podalírio Teixeira Machado e Florêncio Farias, o problema são fugas de água que desgastam a base do asfalto. Buracos e desníveis são formados na superfície, causando acidentes. A conduta do Dmae também vem deixando os moradores insatisfeitos. Segundo Melo, a comunidade foi avisada de que o fornecimento de água seria interrompido ontem (20/10) e hoje para manutenção. Por isso, escolas da região suspenderam as aulas. No entanto, o serviço não sofreu qualquer suspensão, e os moradores não foram avisados sobre possíveis alterações no cronograma.

No entroncamento da Avenida do Lami com a Rua Olavo José de Souza, a central telefônica da Oi está destampada. O buraco, além de acumular resíduos e água e prejudicar o serviço de telefonia, oferece risco às pessoas que circulam pelo local, principalmente crianças. A situação já dura, no mínimo, seis meses. “Por enquanto ninguém se machucou porque a gente cuida, mas é perigoso”, protestou Melo. O gerente da zonal Orla do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Romeu da Rocha Fraga, disse que há dois meses foi a Curitiba para verificar a situação, e a empresa teria dito que estavam confeccionando a placa que solucionará o problema. “Mas não precisa de tanto tempo para fazer uma tampa”, argumenta Sofia. Fraga atestou que, de fato, seriam necessários apenas cerca de dez dias.

A presidente ainda elogiou a parceria entre o DMLU e a comunidade na manutenção de locais onde anteriormente se formavam focos de lixo. Também participaram da visita representantes dos vereadores Aldacir Oliboni (PT) e Carlos Todeschini (PT). Pelo Executivo, compareceram Dmae, DMLU, Centro de Administração Regional (CAR) Extremo-Sul e a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov).

Marta Resing (reg. prof. 5405)
Assessoria de Imprensa da Presidência