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Prefeitura explica na Cosmam ações de combate ao Aedes

Reunião ocorreu na manhã desta terça Foto: Tonico Alvares/CMPA
Reunião ocorreu na manhã desta terça Foto: Tonico Alvares/CMPA (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
Órgãos públicos e entidades ligadas à área médica e de saúde apresentaram hoje (1/3), na Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre, um balanço das ações contra o mosquito Aedes aegypti. A reunião foi solicitada pela presidente da comissão, vereadora Lourdes Sprenger (PMDB), a partir da preocupação dela e dos demais vereadores da Cosmam quanto às consequências das doenças transmitidas pelo mosquito: dengue, chikungunya e zika.

O balanço mais aprofundado foi apresentado pelo secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter. Segundo ele, desde dezembro de 2015 a Prefeitura vem atuando, quando criou um comitê de combate ao mosquito na cidade. "Já prevíamos que a dengue seria maior em 2016, pois o inverno de 2015 foi ameno e muito chuvoso", revelou. O secretário acrescentou que a Prefeitura acredita que o pico da ocorrência de doenças relacionadas ao Aedes na Capital ocorrerá em abril.

Conforme Ritter, as principais ações da prefeitura, em parceria com órgãos estaduais e federais, hospitais e entidades da área médica e da saúde, são o controle larvário, o bloqueio de transmissão, monitoramento de áreas consideradas de risco e treinamento de profissionais. "O site da Prefeitura mostra no mapa da cidade onde foram detectados focos do mosquito". Até agora, segundo ele, a Prefeitura já gastou R$ 2,5 milhões em ações de combate ao Aedes, valor que poderá chegar a R$ 10 milhões se houver uma epidemia na cidade.

Focos e infestação

No trabalho de fiscalização de residências feito pela Prefeitura, o índice de infestação médio é de 2,3% das casas, informou o titular da SMS. Mas a informação que surpreendeu os técnicos da Prefeitura, segundo ele, foi a de que 81% dos focos do mosquito estão localizados em baldes, potes, frascos, pratinhos de vasos e ralos de água da chuva. "Ao contrário do que se pensa, não são os grandes reservatórios, como piscinas e caixas d"água, os maiores responsáveis pela proliferação do Aedes. Ritter revelou ainda que outro mito foi desfeito pela fiscalização: "A maioria dos focos não está localizada na periferia, mas em bairros considerados nobres, como Bela Vista, Moinhos de Vento, Petrópolis e Bom Fim."

Para o secretário, mais do que as ações dos órgãos públicos, o grande desafio é conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema. "Nos anos 1970, o país ficou chocado com as vítimas da talidomida, cujo número de crianças afetadas chegou a 700. A microcefalia, porém, cujos efeitos são até mais graves que os da talidomida, já atingiu pelo menos 5 mil crianças, uma epidemia muito maior que a da talidomida", ressaltou Ritter.

Além da SMS, apresentaram balanço de suas ações a Secretaria Estadual da Saúde, os hospitais de Clínicas e Conceição e o Conselho Regional de Farmácia. Também participou da reunião o médico Fernando Kreutz, da FK Biotec, empresa gaúcha que desenvolveu um larvicida biológico que já pode ser adquirido pelos órgãos públicos.

Ao concluir a reunião, a vereadora Lourdes Sprenger (PMDB) anunciou dois encaminhamentos: a designação de um vereador da Cosmam para integrar o comitê da Prefeitura de combate ao mosquito; e o envio à Mesa Diretora de pedido para que a Casa produza material institucional (outdoors, cartazes e folders) destinado a divulgar campanhas sobre o Aedes.

Participaram da reunião os vereadores Dr. Goulart (PTB), Jussara Cony (PCdoB), Kevin Krieger (PP), Mário Manfro (Rede) e Dr. Raul Fraga (PMDB).

Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)