Seminário discute integração entre educação e saúde
Profissionais e gestores das áreas de educação e saúde participaram nesta sexta-feira (27/6) pela manhã, no plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal, da abertura do I Seminário Integrado de Educação e Saúde Coletiva. Promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Centro Universitário Metodista - IPA, Fórum Nacional de Educação das Profissões na Área de Saúde (Fnepas) e Escola de Saúde Pública, o evento foi apoiado pelas Comissões de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) e de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal.
A vice-presidente da Cosmam, vereadora Maria Celeste (PT), afirmou que o seminário deve contribuir para a reflexão e reformulação nas práticas do Município. Ela defendeu a necessidade de se discutir políticas de prevenção em educação e saúde frente à falta de investimentos públicos nessas áreas e sugeriu que os participantes, ao final do encontro, produzam um documento que possa ser entregue ao gestor e aos candidatos ao cargo de prefeito nas próximas eleições.
Coordenando os trabalhos, a vereadora Sofia Cavedon (PT), presidente da Cece, destacou a importância do Programa de Saúde da Família (PSF) para as comunidades. Ela entende, porém, que Porto Alegre esteja vivendo uma crise nos PSF, que estão sob a gestão de uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). "Não há estabilidade nem política de gestão." Alertando para a importância da inclusão escolar e das escolas especiais, Sofia disse que o seminário deve ter o desafio de propor a instalação de uma comisão municipal de integração do ensino com serviços de saúde. "Não há políticas públicas integradas na educação."
"O parlamento tem papel fundamental de acolher debate necessário para que nossas políticas públicas avancem", considerou Miriam Dias, da Escola de Saúde Pública (ESP). Ela antecipou ainda que as obras da escola técnica do SUS, que será ao lado da ESP, estão quase concluídas. Também participaram da abertura representantes do Conselho Municipal de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Centro Universitário Metodista IPA, do Núcleo do Ministério da Saúde do RS e da Secretaria Municipal da Saúde.
Educação popular
Para falar sobre educação popular, Patrícia Dorneles, professora do IPA e consultora do Ministério da Cultura, apresentou experiência de trabalho em que desenvolve a relação entre educação popular, cultura e saúde com adolescentes em situação de vulnerabilidade social, a pedido da Coordenação de DST/Aids de Santa Catarina, em 1997.
Maria da Graça Hoefel, da coordenação da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, apresentou o projeto Vidas Paralelas, ação compartilhada nas áreas de saúde e cultura na qual os trabalhadores brasileiros devem documentar suas vidas profissionais e colocar em rede para outros trabalhadores. "O objetivo é construir um espaço de reflexão, problematização e diálogo entre trabalhadores de diferentes categorias profissionais", observou, destacando que o projeto piloto envolve 648 trabalhadores de 24 categorias. "É uma forma de a Saúde do Trabalhador conhecer o ambiente de trabalho e pensar nas políticas públicas".
Na sexta-feira à tarde, o seminário tratou do tema Educação e participação em saúde: a intersetorialidade em debate. Na mesa dos debates, a vereadora Sofia Cavedon (PT) fez uma palestra abordando o direito de todo o cidadão à saúde e à educação e a necessidade de haver uma mudança cultural no tratamento dessa questão. Mauro Pozatti, da Unipaz-Sul, destacou a importância de que as políticas de saúde tenham "um olhar integrado sobre o ser humano", enquanto Luis Bolsan, da Comissão Nacional dos Secretários Municipais de Saúde e do Conselho Nacional de Saúde, enfocou o Sistema Único de Saúde (SUS) como "democratizador do acesso aos serviços de saúde, gerador de trabalho e renda e de desenvolvimento".
Saúde pública
O Seminário teve continuidade no sábado (28/6), no auditório da ESP. A vereadora Maria Celeste, que participou de conferência com o tema Relação da rede de atendimento regional com a formação dos profissionais da saúde, lembrou do Programa Estadual de Educação Popular, criado pelo Ministério da Saúde em 2003. "Temos que trazer esse tipo de programa para debate, e buscar uma estratégia para retomada das políticas públicas em educação e saúde no município", ressaltou a vereadora, salientando a importância de um programa municipal de saúde mais eficaz.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Taidje Gut (reg. prof. 13614)
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