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Vereadores avaliam legado da Copa 2014 para a cidade

Cefor ouviu o secretário Urbano Schmitt Foto: Tonico Alvares
Cefor ouviu o secretário Urbano Schmitt Foto: Tonico Alvares
Com a proximidade da Copa, Porto Alegre está com dezenas de obras de mobilidade urbana em andamento, num total de recursos aplicados que pode passar de R$ 1 bilhão. Diante de tamanho investimento, a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) da Câmara Municipal ouviu, nesta terça-feira (19/2), o secretário municipal de Gestão e Assuntos Estratégicos, Urbano Schmitt, para detalhar o cronograma de obras e explicar o impacto econômico para o município.

Na reunião, os vereadores procuraram verificar os benefícios reais que as obras deixarão para Porto Alegre, especialmente porque a maior parte dos recursos são oriundos de empréstimos que serão pagos em duas décadas. “A missão da Cefor é pensar estrategicamente a cidade e, neste sentido, o que nós precisamos é verificar se todo o investimento para esta mudança estrutural está compatível com a capacidade de endividamento do município e se o cidadão será efetivamente beneficiado”, afirma Valter Nagelstein (PMDB), presidente Comissão.

Em sua explanação, Schmitt deixou clara a intenção da prefeitura em aproveitar o evento futebolístico para realizar mudanças estruturais que estavam paradas há décadas. Ele lembrou que as cidades que não serão sede da Copa não estão dispondo de recursos federais como as que receberão jogos do mundial. No entanto, destacou o secretário, ao contrário de outros locais, Porto Alegre não investiu em estádios, como é o caso de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, e, assim, todo dinheiro destinado à Copa está sendo aplicado em obras que beneficiam diretamente o cidadão. “Todas as ações vão deixar um legado para a cidade, como é o caso da duplicação da Avenida Tronco e todas as trincheiras e viadutos para melhorar o fluxo da III Perimetral”, exemplificou.

Schmitt detalhou as principais obras que estão em andamento ou em fase prévia de execução. Ao todo, ressaltou, Porto Alegre está investindo R$ 888,7 milhões, sem contar recursos com desapropriações e realocações de famílias – como nos casos dos moradores das vilas Dique e Nazaré. Em sua fala, detalhou o cronograma da duplicação das avenidas Tronco, Edvaldo Pereira Paiva e Voluntários da Pátria, bem como da construção das cinco obras de arte na III Perimetral e das intervenções do Complexo da Rodoviária. Ao final, esclareceu dúvidas quanto aos BRTs (Bus Rapid Transit) da Protásio Alves, Bento Gonçalves e João Pessoa, todos em fase de execução. 

Metrô

Ainda que não faça parte da matriz de investimentos para a Copa – inclusive porque não ficará pronto até o início do evento –, o Metrô de Porto Alegre também faz parte dos projetos de mobilidade da cidade. “Investir em transporte coletivo é a melhor maneira de diminuir os engarrafamentos”, afirmou Schmitt.

Diferente de outras obras de mobilidade, o metrô ainda está em fase de análise dos projetos de implantação. “As próximas etapas preveem a licitação e execução. Pelo cronograma, a fase 1 do metrô estará em funcionamento em 4 ou 5 anos”, garante o secretário. O investimento total na obra é de R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão do Governo Federal – a fundo perdido – e R$ 600 milhões do governo do Estado e da prefeitura, que deverá pagar o empréstimo em 20 anos. O restante do dinheiro virá da empresa que vencer a licitação.

Participaram ainda da reunião os vereadores Airto Ferronato (PSB), Guilherme Socias Villela (PP) e Idenir Cecchim (PMDB), além do secretário adjunto de Obras e Viação (Smov), João Pancinha.

Texto: Gustavo Ferenci (reg. prof. 14303)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)