Plenário

Vereadores lamentam tragédias na França e Glorinha

Reunião da Comissão Representativa realizada na quinta-feira Foto: Guilherme Almeida
Reunião da Comissão Representativa realizada na quinta-feira Foto: Guilherme Almeida (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)
Antes de iniciar a segunda reunião da Comissão Representativa de 2015, realizada nesta quinta-feira (8/1), o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Mauro Pinheiro (PT), pediu um minuto de silêncio pelas vítimas do ataque terrorista que aconteceu no escritório da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris na quarta-feira (7/1). Também foi feito um minuto de silêncio pelas mortes do ônibus que se acidentou em Glorinha esta semana. Em seguida, os vereadores abordaram os seguintes temas no período de Comunicações e tempos de Lideranças:

RELIGIÃO -  Tarciso Flecha Negra (PSD) disse não entender as razões que levaram terroristas a entrar em uma sala e atirar friamente nas pessoas em Paris. “Penso que o cartunismo é uma maneira de se expressar e não de criticar. Até onde chegaremos com esse terrorismo? No Brasil não estamos longe dessa realidade. É uma lavagem  cerebral muito grande, pois Oxalá, Deus, Buda - cada um tem o seu deus, é ele o ser superior para quem tem fé. Que deus é esse que pediu para matar?”, questionou, ao afirmar que somente os grandes líderes religiosos conseguirão reverter esse quadro de violência. (LV)

TRAGÉDIA - Paulinho Motorista (PSB) destacou que, a cada dia, as pessoas recebem a notícia de uma tragédia maior. “Imagino como estarão as famílias das vítimas. É difícil conviver nesse mundo com tanta ganância, quanto mais tem, mais quer, não interessa se vai passar por cima de alguém”, disse, ao se referir ao ataque em Paris, bem como às vítimas do acidente em Glorinha. “Fui motorista e trabalhei durante anos levando centenas de passageiros no transporte coletivo. Não gosto de julgar as pessoas, pois não estava na situação para poder dizer quem estava certo ou errado. O fato é que a situação é muito triste até para o próprio motorista”, concluiu. (LV)

RESTAURAÇÃO – Lourdes Sprenger (PMDB) enfatizou a necessidade de manutenção e segurança dos monumentos restaurados na Capital. “Recentemente, a prefeitura restaurou cerca de 11 monumentos e, apesar disso, a placa em homenagem aos mortos durante o comunismo, por exemplo, foi vandalizada, assim como tantas outras. A população deve entender que essas obras engrandecem a cidade e propiciam aos turistas maior conhecimento da nossa capital”, disse, ao sinalizar como possível solução para combater o problema a realização de reuniões em escolas para instrução dos alunos e professores, câmeras para acompanhamento de restauro dessas obras, maior segurança, controle e punição aos vândalos. (LV) 

CONSCIÊNCIA – Delegado Cleiton (PDT) defendeu a derrubada do veto do prefeito ao projeto de lei que declara feriado municipal o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Cleiton contou de um ato realizado no Campo da Tuca, comunidade em sua maioria negra, em apoio ao feriado. “Queremos um dia especial, para que possamos refletir e ver o que está acontecendo em relação à igualdade racial e ao preconceito racial. O dia 13 de maio não significa nada para nós, o dia 20 de novembro é um dia de luta do movimento”, justificou. O vereador ainda criticou a relação do veto ao feriado com os possíveis danos ao comércio da cidade. (JM)

SEGURANÇA - Márcio Bins Ely (PDT) somou-se ao apelo de Delegado Cleiton em relação à derrubada do veto do feriado da Consciência Negra. O vereador também falou dos fatos recentes na França e em Glorinha. Bins lamentou o atentado no país europeu e falou da não-utilização do cinto de segurança nos veículos. “Tivemos esse trágico acidente de ônibus. Mesmo com o problema que aconteceu, algumas pessoas ainda não têm a consciência da importância da utilização do cinto. Dados comprovam isso”, disse. (JM)

FANATISMO - Clàudio Janta (SDD) falou sobre o atentado ocorrido na França e o classificou como uma atitude de fanatismo. “Vidas criativas sendo ceifadas em nome do fanatismo, que não leva a lugar nenhum”, lamentou. Janta lembrou da importância das charges na conscientização da população e para a propagação de ideias. O vereador ainda lembrou de outras relações que considera de fanatismo, como alguns torcedores nos estádios brasileiros, que provocam brigas nos jogos de futebol. (JM)

PEDÁGIO – Alceu Brasinha (PTB) criticou a taxa cobrada pela prefeitura municipal de Bombinhas, litoral norte de Santa Catarina, para o ingresso de carros na cidade. “Taxas, que, no caso dos ônibus, passam dos R$ 100,00”, lembrou o vereador, afirmando que ele é mais um a deixar de frequentar aquela praia. Finalizou dizendo que este é mais um imposto arrancado do bolso do contribuinte, o que não é justo. (FD)

VETO - Marcelo Sgarbossa (PT) se solidarizou com o vereador Delegado Cleiton (PDT), que teve o seu projeto de lei que sugere tornar o 20 de novembro como feriado em comemoração ao Dia Municipal da Consciência Negra vetado pelo prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. Afirmou que como vereador vai votar pela derrubada do veto na Câmara. Criticou ainda a política do governador eleito José Ivo Sartori, que, segundo ele, contradiz toda a sua fala de campanha, “a começar com o aumento dos gastos com o secretariado, somando-se aí o congelamento na contratação de concursados e o piso salarial do magistério”. (FD)

ZONA RURAL - Càssio Trogildo (PTB) disse que solicitou que seja incluído no projeto que tramita na Casa um mapa digitalizado que determine os limites da Zona Rural de Porto Alegre. Lembrou que fez a solicitação durante a audiência pública realizada no final do ano passado no sentido de que cada vereador possa ampliar o seu tamanho, melhorando, desta forma, a avaliação do traçado. Disse ainda que solicitou uma comissão especial que deve ser formada por 12 vereadores para avaliar o projeto do ponto de vista geográfico. “A comissão especial que vai se reunir num período de 60 a 90 dias deverá emitir uma avaliação aprofundada da Zona Rural para contribuir com a votação do projeto”, concluiu. (FD) 

CONSCIÊNCIA II - Tarciso Flecha Negra (PSD) disse que é difícil as pessoas entenderem que o desenvolvimento de muitos afro-descendentes, na atualidade, teve como custo o sacrifício dos que vieram nos navios negreiros e sofreram com a escravidão e outras formas de subjugação social. Para o parlamentar, o feriado proposto pelo colega Delegado Cleiton (PDT) “é uma forma de fazer justiça a esses pioneiros que contribuíram, sim, para a construção e o desenvolvimento do país”. Criticou que projetos como o de criação do Museu do Negro, aprovado pela unanimidade da Casa e sancionado pelo prefeito, ainda não tenham saído do papel. “É um silêncio ou um fica para depois”. Por fim, ao tratar de outro projeto, de Alceu Brasinha (PTB), Tarciso afirmou que o consumo de bebidas alcoólicas não é o responsável pela violência nos estádios de futebol. (MG)

SEGURANÇA – Delegado Cleiton (PDT) cobrou, do novo governo gaúcho, a nomeação de aproximadamente 650 concursados para o curso da Academia de Polícia Civil, assim como outros 1 mil para a Brigada Militar, 400 para a Susepe e IGP. Disse que a demanda já havia sido apontada ao governo anterior e que levará o assunto ao novo comando da pasta, por se tratar de uma reivindicação de toda a sociedade. Ainda elogiou a indicação do secretário de Educação do Estado, Vieira da Cunha, e a sua disposição em qualificar a área, “o que influencia em muito na Segurança, por serem temas interligados”. Por fim, disse estar solidário ao comissário Anele, investigado por suposta ligação com traficante da Capital, afirmando que, até que se prove o contrário, prefere estar ao lado dos seus 33 anos de dedicação ao governo e à população. (MG)

Texto: Lisie Venegas (reg. prof. 13.688)
          Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)
          Flávio Damiani (reg. prof. 6180)
          Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)