Comissões

Dique: moradores reclamam falta de infraestrutura no novo loteamento

Vereadores ouviram hoje reclamações sobre nova Vila Dique Foto: Tonico Alvares
Vereadores ouviram hoje reclamações sobre nova Vila Dique Foto: Tonico Alvares

Cedecondh e Cuthab, em reunião conjunta, nesta quarta-feira (18/5), receberam comissão de moradores e ex-moradores da Vila Dique. A área foi desapropriada para as obras de ampliação do aeroporto Salgado Filho. Parte das famílias já foi transferida para um loteamento na Avenida Bernardino Silveira Amorim, na Vila Santa Rosa. Também presentes representantes do Demhab, Brigada Militar e Uampa, além do presidente do Sindicato dos Advogados no Rio Grande do Sul, Marcus de Los Santos.

Os objetivos principais do encontro foram as queixas de despejo e a falta de infraestrutura no novo empreendimento, além de abandono com os moradores remanescentes na Vila Dique. Também houve reclamação em relação ao tamanho e qualidade das casas construídas. O presidente da Associação dos Moradores da Vila Dique, Davi Lima, disse que as ações de despejo, feitas por pessoas não identificadas, estão deixando a comunidade insegura e que faltam escola, creche, posto de saúde e que o transporte coletivo é precário no novo loteamento. 

Transferência

A presidente da Cedecondh, vereadora Maria Celeste (PT), disse que já havia alertado durante audiência pública realizada em 2009 que a simples transferência das famílias sem oferecer direitos básicos como escola, creche, posto de saúde e segurança pública geraria problemas.

O representante do Demhab, Luís Eduardo Colvara, esclareceu que houve uma liminar judicial para a retomada de um imóvel, que havia sido comercializado. Enfatizou que é proibida a venda dessas casas. Disse que há outros imóveis em situação semelhante. Observou que nenhum imóvel está sendo retomado por falta de pagamento. Informou, também, que está sendo construída uma escola para 1.200 alunos, que ainda não ficou pronta porque foi necessária uma nova licitação para continuar a obra. Também salientou a falta de mão de obra qualificada para a execução dos empreendimentos previstos, que incluem posto de saúde e creche. Colvara destacou que a própria comunidade deveria se preocupar em não permitir a venda desses imóveis, pois centenas de outras pessoas aguardam pela oportunidade.

O presidente da Cuthab, Pedro Ruas (PSOL), lembrou que Várias reuniões já foram feitas para tratar do assunto, mas que a reunião conjunta com a Cedecondh foi marcada para tratar de questões que envolvem os direitos humanos. Elias Vidal (PPS) disse que é vereador da base de governo e que trabalha para que tudo funcione bem, mas que não admite a venda de casas. Advertiu que é preciso ter responsabilidade de ambas as partes. O vereador Paulinho Rubem Berta (PPS) também se manifestou contra o comércio de casas e pediu que a comunidade desarme os seus espíritos para a busca de soluções.

As moradoras remanescentes Pricila e Elisângela queixaram-se da situação de abandono que vivem com os filhos pequenos. O vereador Toni Proença (PPS) pediu uma ação emergencial para esses dois casos. Ficou acertado que no dia 7 de junho haverá uma reunião conjunta da Cedecondh com a Cuthab convidando todos os envolvidos no loteamento da Bernardino Silveira Bitencourt como Secretaria Municipal da Saúde, Smed, EPTC, Demhab, Secretaria da Governança, Gabinete do Prefeito e o empreendedor da obra. Também ficou definida uma visita às famílias que ainda moram da Vila Dique. Das 1.476 famílias cadastradas, 410 já foram assentadas.

Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)