Vereadores ouvem depoimento de jornalista na CPI da Invasão

A CPI da Invasão ouviu, na manhã desta segunda-feira (17/2), no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, o depoimento do estudante de jornalismo e repórter do Jornal do Comércio Guilherme Darros. Wladimir Figueira Gaspar não compareceu por estar de férias e José Julião Farias Pereira não recebeu a correspondência da convocação devido à greve dos Correios. Ambos são oficiais de Justiça do Estado.
O relator da CPI da Invasão, vereador Marcio Bins Ely (PDT), questionou o repórter sobre liberdade de expressão e ataques à profissionais da imprensa que trabalharam na cobertura dos fatos naqueles dias. Guilherme afirmou que não estava presente no dia em que a Câmara foi invadida, 10 de julho de 2013. Contudo, Darros trabalhou na cobertura da invasão nos cinco dias seguintes e afirmou que no dia da invasão, uma colega estava pautada para fazer a cobertura, mas foi impedida de entrar pelos manifestantes."A colega não entrou pois o portão foi fechado e não entrava mais ninguém. Os vereadores estavam negociando, depois foi liberado."
Guilherme Darros contou aos integrantes da CPI da Invasão que veio trabalhar numa sexta-feira de manhã. Quando chegou no portão principal, os manifestantes não deixaram o veículo do Jornal do Comércio entrar na Câmara. Na outra semana, Guilherme veio novamente e a equipe do JC foi impedida. Saímos do carro e fomos dialogar com os manifestantes para que eles deixassem a gente entrar, salientou. "O veículo não entrou, mas eu entrei. Só não pude entrar no plenário, e fiquei na sala de reuniões dos vereadores".
O repórter do Jornal do Comércio relatou não ter visito o consumo de bebidas alcoólicas e drogas no recinto da Câmara Municipal. Guilherme disse que viu apenas pessoas fumando cigarro. Sobre depredações no Plenário Otávio Rocha, banheiros e gabinetes de vereadores, Guilherme Darros afirmou ter visto os manifestantes apenas colocarem cartazes e faixas dentro do Plenário. Eu não vi ninguém consumindo drogas, bebendo. Só vi os manifestantes colando de cartazes, afirmou.
Questionado pelo relator se ele presenciou crianças e adolescentes dentro do Plenário Otávio Rocha, Guilherme também negou e disse apenas ter visto adolescentes participando das audiências. O presidente da CPI perguntou se ao repórter do JC se ele chegou a receber alguma ameaça dos manifestantes. Apenas vi o vídeo do fotografo Elson Sempé que trabalha aqui na Câmara. Não sofri agressões e não vi ninguém agredindo. Eu não sei como começou a agressão contra o fotógrafo da Câmara porque eu não presenciei, salientou.
O vereador Valter Nagelstein (PMDB), perguntou ao repórter do JC se ele tinha visto o vídeo na internet dos manifestantes fumando maconha na mesa do presidente da Câmara no Plenário Otávio Rocha. O vídeo eu vi, mas não estava aqui naquele dia, destacou. A vereadora Sofia Cavedon (PT) perguntou ao repórter, se os jornalistas do Jornal do Comércio participaram das coletivas realizadas pelos manifestantes. Guilherme respondeu que acompanhou uma coletiva, mas tivemos que sair algumas vezes de dentro do plenário porque eles não queriam que a imprensa acompanhasse as assembléias, disse.
O repórter do Jornal do Comércio também relatou aos membros da CPI da Invasão que os jornalistas do site Sul 21, Jornalismo B e Jornal Tabaré sempre puderam entrar para fazer as coberturas e que na portaria sempre havia alguém que fazia uma seleção previa de quem entraria na Câmara Municipal.
Texto: Guga Stefanello (reg. prof. 12.315)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)